Aumento do consumo de dados estimula entidades americanas a desenvolver rótulos de transparência; entenda
Os dados são a tradução dos desejos, perfil e comportamento dos consumidores e, combinados, formam o retrato de cada um. Não à toa o marketing orientado a dados é uma tendência que está mudando a realidade das empresas no mundo todo.
Podemos, inclusive, dizer que estamos vivendo na era do uso dos dados, que conduzem o marketing e contribuem para construção de mensagens assertivas, melhorando a comunicação entre marca e cliente.
Para se ter uma ideia da força desse mercado e do quanto os profissionais de marketing estão investindo nisso, a previsão de 2018 é que US$ 20,6 bilhões sejam gastos com dados no mundo todo. Os Estados Unidos, país que mais investe em mídia, é responsável pela maior parte deste montante, respondendo por US$ 12,3 bilhões, enquanto a Europa por US$ 3,2 bilhões da compra de dados. As informações são do estudo Global Data Market Size 2017-2019, do OnAudience.com.
A pesquisa ainda inclui estimativas de exibição e gastos publicitários programáticos entre 2017 e 2019 e prevê que os profissionais de marketing gastem US$ 26 bilhões em dados no ano que vem (US$ 6 bilhões a mais que em 2018 e US$ 11 bilhões a mais que em 2017).
Ao mesmo tempo em que o consumo de dados cresce globalmente, também aumenta a preocupação com privacidade e transparência.
Por isso, várias entidades referência no digital, como ANA (Association of National Advertisers), o IAB Tech’s LAB, Data Transparency Standarts Working Group, CIMM (Coalition for Innovative MEdia Measurement), IAB’s Data Center of Excellence, e ARF (Advertising Research Foundation), se uniram para desenvolver um projeto que propõe trazer rótulo de transparência nos dados que são comprados.
O rótulo de transparência
Ainda na versão teste, a proposta é que o rótulo seja parecido com os que encontramos em alimentos industrializados. Sabe quando você olha atrás de uma embalagem e encontra todas as informações nutricionais dele?
O rótulo pretende fazer exatamente a mesma coisa, só que com dados. Segmentação, construção de audiência e fonte das informações são alguns dos exemplos do que deve estar contido no rótulo.
A novidade surge, principalmente, para ser uma ferramenta que mostre com facilidade e transparência para onde, de fato, está indo os investimentos dos profissionais de marketing.
As empresas, por sua vez, também terão mais facilidade em gerenciar os dados de seus usuários, sempre respeitando o consentimento de cada um deles.
A plataforma que gera o rótulo vai apresentar os dados de forma simples e unificada para todos, de agências até parceiros de veiculação. Ela ainda conta com atualizações em tempo real. Quer mais transparência que isso? Todas na mesma página, enxergando as mesmas coisas.
Como tudo ainda está em fase de testes, nos próximos 6 meses, as empresas interessadas em testar e fazer sugestões sobre o rótulo devem acessar DataLabel.org e usar a ferramenta online disponível que mostra o seu funcionamento.
O rótulo não está isolado nessa luta por transparência. No Brasil, tivemos a Lei Geral de Proteção a Dados sancionada por Michel Temer em agosto deste ano. Lei que foi inspirada no GDPR europeu que entrou em vigor em maio. Quanto maior se tornar essa lista de iniciativas que protejam dados e tragam transparências, melhor é para o mercado digital.